Era sexta-feira.
Um fim de tarde nublado que podia ter passado batido, mas foi encarado como uma oportunidade de diversão...
Eu, minha irmã, minha filha e as filhas gêmeas dela.
Sentadas na beira do mar, observávamos as brincadeiras e colocávamos o papo em dia.
Já eram 19:30 e naquele dia não haveria pôr-do-sol que valesse a pena contemplar...
Uma música começava a tocar na tenda mais próxima... Tenda essa, montada na areia da praia, com uma repleta agenda de shows verão afora.
Levantamos acampamento e fomos curtir o pop rock.
Um milhinho aqui. Uma cervejinha ali. Um sorvetinho acolá...
Fomos ficando e assistimos o show inteiro.
Dançamos na areia como se estivéssemos na pista mais incrível desse mundo!
Estávamos tão tomadas pela alegria que, na saída, eu não hesitei em inventar a melhor atividade para acabar o dia: "
Empuleiramento macaquiano de barra noturno".
O noturno é só por conta do momento. A atividade pode ser praticada em qualquer hora do dia.
A atividade consiste em jogar as pernas por cima da barra de exercício, soltar as mãos e ficar de cabeça para baixo.
Óbvio que eu não fazia esse malabarismo há uns dez... Doze... Não, QUINZE anos!
Nem pensei na possibilidade de dar errado! Mesmo porque, eu já tinha me arriscado à beira mar fazendo umas cinco estrelas como a da minha filha na foto acima. E tinha tido sucesso!
Estava corajosa e a platéia apreensiva... (platéia = irmã, filha e sobrinhas)
Me joguei! Deu certo!
Foi demais a sensação de ainda ser capaz de fazer esse tipo de coisa!!!
Pulei e desci umas 37 vezes. Ah, esqueci de falar que a descida é um pouco mais arriscada: tem que colocar as duas mãos no chão, meio que plantar uma bananeira e jogar as pernas para trás finalizando um quase twist carpado.
Foi lindo!
Além de protagonizar a cena várias vezes, ainda ensinei as três meninas!!!
Ninguém queria ir embora! Inclusive eu!
Elas queriam aperfeiçoar mais e mais a técnica de subida e descida, mas como já era tarde fizemos o famoso combinado: "Mais uma vez cada uma e vamos, ok?"
Eu (que não tinha mais de 8 anos naquele momento) também quis subir mais uma vez...
Os meus braços estavam cansados e me traíram... Caí de joelho!
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Calma! Estou bem!
Thanks God a praia estava vazia e ninguém viu! As risadas vinham da família, mesmo... Tudo bem!
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Vamos embora!
Meu joelho estava ligeiramente roxo e meu dedão do pé muito dolorido.
-
Rê, acho que eu quebrei o dedão!
Veja a razão para a minha preocupação: Meu pai é um ser que quebrou os dois dedões do pé, e eles apontam para cima. Passamos a vida inteira tirando sarro daqueles dedões.
Primeiro: não me agrada a idéia estética de ter dedões que olham para o céu o tempo todo.
Segundo: sou professora de sapateado. Preciso dos meus
toes em perfeita ordem!
Espirrei um anti-inflamatório antes de dormir.
Dormi realizada com as minhas macaquices.
Acordei ainda suspirando e com o corpo levemente doído, me fazendo lembrar da noite deliciosa!
Espreguicei e levantei!
Quem conseguia colocar o pé no chão?
Eu que não!
O dedão estava PRETO e latejando...
Que injustiça!
Só porque já passei dos 30, terei que ser castigada por não ligar para esse pequeno detalhe e me entregar ao prazer do malabarismo?
Injusto!
O Doutor disse que não quebrou!
Mas me mandou ficar de repouso e imobilizou o meu grande dedo do pé!
Injusto!
Muito injusto!
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Muito injusto!!!! |
ps.: Quem ri por úlimo, ri melhor!
Você aí, que está rindo da minha cara...
Deixa só eu tirar a tala e a faixa e os esparadrapos e conseguir caminhar de novo...
Eu te desafio a fazer melhor!!!
Rá!