Escola, pra que te quero?

Com 3 crianças em casa, posso observar bem definidamente as diferentes fases da infância.

A relação de amor e ódio com a escola são fases... E elas se intercalam...
Os meninos passaram uma fase chata de não querer saber de escola. Só pensavam em jogar bola e video-game e qualquer coisa era motivo para faltar. Hoje estão in love com a escola.

O Theo, mais velho que está no 9º ano, está numa fase bem seguro de si. Planejando o final do Ensino Fundamental com viagem, festa de formatura, maneiras de arrecadar dinheiro para tudo isso, e claro, fazendo parte da comissão de organização (é a cara dele). Ir para a escola faz parte do seu show.

O Luca (7º ano) está "adolescendo". Descobriu as meninas da escola, vive no Skype com a tchurma e quase todo dia vem com um pedido (que ele acha que vai colar) de ir para o shopping dar um rolézinho para encontrar os amigos e amigas. Ir para a escola virou diversão total.

Com a Lia, eu tinha a ilusão que a história seria diferente. Ela sempre amou ir para a escola! No meu sonho ela pularia a aversão pelas aulas. Só no sonho...
Voltou de férias linda, leve e loira como sempre. Saudades dos amigos. Curtindo o material novo. A professora nova...
Até que começaram as lições e a baixinha descobriu que 3º ano é bem mais puxado que o 2º...
- Mãe, agora só pode escrever com letra CURSIVA!!!
- Minha mão ficou doendo hoje de tanta lição!
- Ainda não deu tempo da gente ir pra quadra, mãe! Acredita?

O capitulo seguinte foi: dor de barriga, dor de ouvido, dor de bochecha (juro!)...
Não quer ir para a escola...
Mas está indo, claro! E volta feliz como antigamente, o que me deixa tranquila!

Agora é sentar e esperar a fase passar...
Será que a próxima fase já é a que "volta a gostar da escola por causa dos meninos"?
SOCORRO!!!

Malandro é o gato? O pato? Não. A Lia.

Toda mãe capricha o máximo que pode na escolha do nome de seus filhos... Eu não fui diferente, claro!
Gosto não se discute e eu amo os nomes deles: Theo, Luca e Lia.

Eles sempre gostaram dos seus nomes, mas como temos 3 adolescências para ultrapassar, não posso dizer que estou livre de ouvir objeções contra os nomes que eu escolhi (aqui entre nós, crise por causa do nome é até leve para um adolescente).

Então, outro dia estava jantando com a Lia e ela perguntou se na próxima vida (we believe) ela vai ter o mesmo nome...

- É mais provável que não, filha, por quê? Você não gosta do seu nome?
- Gosto! Mas eu preferia ter um nome com a letra A.
- Letra A? Qual nome?
- Qualquer um... É só para ser primeira na fila e na chamada...


Sei que malandragem demais não é muito bom, mas pelo menos ela gosta do nome dela...

 

ps.:  Dizem que malandro é o gato, que nasce de bigode e mora no telhado para não pagar aluguel.

ps.2: Dizem também que malandro é o pato, que nasce com os dedos grudados para não usar alinaça.

ps.3: Dizem tanta coisa por aí...

Meu filho criou um post...

... Sem saber, claro!

O Luca estava no meu banheiro se arrumando para a escola. 

Tive que fotografar e postar o que ele falava e fazia.

 Como minha MÃE gostaria que eu fosse para a escola.

 Como EU gostaria de ir para a escola.

Como eu VOU para a escola.

Meu filhos sonham em ser jogadores de futebol. Se der certo eles serão bem ricos.

Mas uma coisa eu tenho certeza: Se não der certo eles serão comediantes!!!

E em minha defesa, digo que eu JAMAIS faria ele ir para escola com o cabelo número 1.

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O sotaque e a garota.

Quando viajamos para outro estado em que o povo local tem sotaque diferente do meu, costumo entrar no clima e falar igual.
Adoro sotaques. E o fato do Brasil ser gigante me proporciona uma variedade incrível!

Eu e marido fomos para Salvador e dá-lhe Juliana falar baianês!
Fui para o Rio de Janeiro, e dá-lhe carioquês, né gata???
Em Minas, bora imitar os mineiros!!!
E no interior de SP, carrego mesmo nas "porrrrrrrteira"

Não é para tirar sarro. É diversão pessoal, mesmo!!!

Marido ODEIA!!! Fica irritado e não curte a brincadeira.

Até aí tudo bem...
O problema é que depois de tanto tempo incorporada no sotaque, fica difícil se libertar, e trago algumas palavras para a VIDA normal.

Uma que não tem jeito, é GAROTA.
No Rio é super comum, mas aqui em SP, dependendo como se fala, pode perecer agressivo e enfrescalhado.
"Vamo logo, garota!"
"Sai daí, garoto."
"Me liga, garota?"

Mesmo em tom de brincadeira meu marido acha grosseiro, mas eu falo assim com as crianças e acho divertido.
Ele tenta fazer com que eu pare, e um dos argumentos é: Você quer que a Lia fale assim com as amigas dela? - ele imagina ela maiorzinha, com as duas mãos na cintura, chamando alguém de Garota.

Mas ontem, depois de chegar da 1ª excursão dela, sozinha com a escola, (amanhã eu conto os detalhes) a garota estava numa malandragem só... Se achando a mocinha e pronunciando palavras diferentes do normal:

- Tu comeu sopa de vocabulário, hein Lia?
- Eu NÃO... O que é isso? (na dúvida, vai que é gostoso, a Magalia ia querer provar)

Eu mandando ela entrar no banho, e ela querendo negociar:

- Vem, Lia, a água do mundo vai acabar!!!
- Não quero lavar o cabelo...
- Mas precisa... Vem logo!!!

Ela parou na porta do banheiro, uma mão na cintura, a outra no batente e arrematou:

- Mas o meu cabelo está muito cheiroso, criatura!!!

Sim, ela estava falando comigo.
Não, não consegui dar bronca.
Eu e o Theo gargalhávamos diante dessa cena e do abuso da garota.

Mas GAROTA é melhor que CRIATURA, né???
Não sou só eu que estrago meus filhotes... O mundo lá fora ajuda... e MUITO!!!

A minha garota!!!

Enrolação na hora de dormir

Como a criançada aqui já é grande, na hora de dormir a gente fala uma frase que já é clássica: Dente, xixi e cama!
É uma ordem.
E quem a pronuncia, aproveita para relembrar o que vem primeiro para não haver dúvidas.
Mas nunca foi o suficiente. Assim como não é suficiente falar uma vez só, claro...

O rapazinho sanduiche (filho do meio) é o campeão de "levantadas" depois que a gente manda dormir:

- Tô com fome...
- Vai dormir, Luca!
- Você tem coragem de me deixar dormir com fome?  

Eu sou obrigada a ouvir isso???
E sim, eu tenho coragem!

Como se não bastasse um, ele já fez escola.
A Lia tem levantado um milhão de vezes para falar: NADA.

Ontem ela já estava deitada e nós também. Vejo uma cabecinha na porta entre aberta:

- Fala, Lia!
- Mãe, eu espirrei.
- Saúde, filha. Boa noite!

O professor e sua aluna!

A malandragem se aprende em casa... com os irmãos!

Eu e Luca tentando convencer a Lia a tomar banho, num dia difícil:

Lu - Quer tomar banho comigo?
ela - NÃO.
eu - Vai, Lia toma banho com o Luca.
ela - NÃO.
Lu- Vamo, Lia?
ela - NÃO.
eu - Lia, eu não vou falar de novo, tô ficando brava...
ela - NÃO.

 ...conto até 10...

eu - Ô Luca, vamos fazer assim? Tudo que ela pedir pra gente a gente fala NÃO, pra ela ver como é bom.
Lu - Tá, combinado!

Depois de 1 minuto de silêncio, a malandragem aparece:

Lia - Luca, joga memória comigo?
Lu - NÃO.
Lia - Então vamos pular amarelinha?
Lu - NÃO.
Lia - Luca, vamos tomar banho?
Luca - NÃO.
Lia - Ahhhhh, te peguei!!! kkkkkkkkkkkk


Nota da mãe: Depois de toda essa ladainha, fomos os 3 para o chuveiro juntos!!!