terça-feira, 26 de abril de 2011

Coelhinho da Páscoa, Papai Noel, Fada do Dente...

Quando meus filhos nasceram eu vivi um dilema.
Achava que contando as estórias dos personagens festivos estaria, de certa forma, enganando eles.
E como seria o dia que eles descobrissem a verdade? Eu ia, simplesmente, falar:
"Pois é, galera, não existe mesmo, eu menti, fazer o quê..."

Não fazia sentido isso, na minha cabeça.
Mas todos a minha volta me convenceram com o argumento "Ninguém morre ao descobrir que não existe Papai Noel, deixa eles viverem essa magia"

E de fato, quando a magia teminou pra mim, eu não sofri.
Deixei, então.

Só que hoje, meus filhos mais velhos com 11 e 9 anos, e a pequena com 4, o dilema mudou.

O de 11 está convicto sobre a não-existência deles e vive bem com isso.
A de 4 ainda vive nos contos de fadas.
Mas o de 9... Esse tá dando um trabalhão!

No Natal passado não tivemos grandes problemas. Correu tudo bem. Ele ainda tinha as suas dúvidas, mas conseguimos driblar as certezas e ganhamos muitos sorrisos de alívio pelo Papai Noel ter atendido os seus pedidos.

Antes da Páscoa, estavámos falando sobre o coelho, e os pedidos de Páscoa, e ele se mostrou convencido de que não havia coelho nenhum. Ok. Já estava na hora mesmo... então falei com naturalidade sobre a brincadeira que eu faria na fazenda, com a criançada. Ia esconder os ovos para todos procurarem, e avisei os grandes: "Vocês fiquem quietos, não vão falar que fui eu que escondi, porque a Lia e os amigos são pequenos e vão achar que foi o Coelhinho"

Pronto.
Arrumei um problemão.

Entramos num clima de revolta.
Percebi que caí numa armadilha das grandes.
Ele estava se comportando com indiferença para ver o que colhia. Colheu a verdade, e se revoltou!

- Eu vou falar a verdade para todos.
- Não faz isso, Luca. Vai acabar com a magia toda.
- Você acabou com a minha...

É, minha gente, com dedo na cara e tudo.
E o que eu podia fazer diante disso?
Quando vi que no fundo ele ainda acreditava, tentei contornar dizendo que o coelho traria os ovos deles aqui em casa no domingo, e que seria só uma brincadeira, mas, obviamente, não adiantou.

A tristeza e a culpa (aquela materna) tomaram conta de mim.

Porque eu tinha deixado eles acreditarem?
Como eu caí na armadilha de um garoto de 9 anos?

E a revolta continuou...
Comprei um ovo para os adultos comerem lá no feriado, ele passou pela fruteira, onde estava o ovo, e com cara de mágoa, falou:

- É... o coelho esconde muito bem os ovos, mesmo.
- Esse eu comprei para os adultos, filho.

A brincadeira aconteceu, e ele até que se divertiu.

Quando chegamos em casa domingo, o ovo preferido dele estava escondido no armário de roupas, e ele veio me mostrar com o sorriso mais lindo do mundo!!!
O por quê do sorriso?
Pode ser por alivio, do coelho não ter esquecido dele, ou pela gratidão de ter ganhado o chocolate da mãe... não sei, e não perguntei.


Também não sei mais se o meu filhote vai colocar os dentes de leite debaixo do travesseiro, e escrever a carta pro Bom Velhinho...
Na dúvida, continuaremos a magia por mais algum tempo... nem que seja só pela Lia!

Mais um erro fatal para a minha lista.



Não há nada que um chocolate não faça esquecer!!!
Nem que seja por alguns instantes.


10 comentários:

  1. Caramba, que situação, hein...
    Mas eu não acho que você errou em fazê-los acreditar nesses personagens. Acho que essa magia marca tanto a nossa infância!! Eu estou me deliciando em poder viver tudo isso de novo agora com a Luísa e nunca senti essa culpa. Porque eu amo me lembrar de quando o papai noel ia em casa. Ou de quando eu ouvia um barulho na sala de madrugada mas não ia lá espiar - no fundo, acho que eu não queria nem saber se era a minha mãe que estava ali colocando os ovos ou se era mesmo o coelhinho.
    Não se sinta culpada. Seus filhos vão sempre se lembrar com carinho disso tudo e vão entender o quanto você foi uma mãe legal por deixarem eles passarem por essa experiência.

    Agora, que quantidade de ovos é essa, meu Deus!!!! Vai ter chocolate de sobremesa o ano todo!!!

    Beijos

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  2. Menina, que situação!!!!
    Mas privá-los da magia também teria tido seu preço...
    Prefiro deixar eles acreditarem, acho bonito, acho lúdico...
    Mas o que a gente não espera é cair numa armadilha dessas... rs
    Ele estava te testando! Choquei!
    Mas logo logo ele vai rir disso, com certeza. E dizer: "lembra mãe quando eu descobri que não existia coelhinho? voce caiu na minha conversa e confessou..."

    hehehe

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  3. Nossa, gostei muito do seu post! Minha baby ainda com um ano, e eu com esta dúvida cruel, deixar ou não acreditar?
    E optei por deixar, mesmo que não hora fiquem chateados com certeza rirão disto no futuro, e pode ser que fiquem mais chateados se contarmos a verdade logo de cara!

    Me emocionou seu texto!

    Beijos querida

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  4. Ah! Tive esse mesmo dilema por aqui... na verdade estava certa de que iria manter a fantasia e que minha menina de 6 anos ia adorar. Fiz bem e ela se divertiu muito! Mas teve gente me perguntando se ela não ia pagar mico quando contasse por aí... bom, foi uma ótima forma de ensinar a ela que quem quiser acredita e que a gente não deve gastar energia tentando mudar a opinião de quem não acredita. Deu hiper certo!

    Beijos
    Fabiana
    http://2-ao-quadrado.blogspot.com

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  5. bom, ou eu to uma manteiga derretida ou seu post foi realmente incrivel!!
    Seu filho é um esperto, menina, tinha o que no leite q vc deu a ele qnd era bebe?

    dorei!!!

    Viva mesmo a magia!!!!

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  6. Oie!
    Que situação essa!
    Aqui em casa as minhas sabem que não existe nada dessas coisas, mais eu no caso da fada do dente dou os trokadinhos e do coelho os chocolates, e explico a elas o por que disso tudo. Como a Florzinha Tasnim é pequena ela nem da bola, a mais velha já entende e até me questiona sobre as diferenças no acreditar.
    Em fim, amiga não se culpa por isso, de um jeito ou outro ele ia descobrir.
    E parabéns pois vc tem filhos Abençoados e que eles sejam homens e mulher virtuosos.
    Beijokasss

    ✿Hanan Mustafa e as Florzinhas
    www.trakinandocommamae.blogspot.com

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  7. Oi Jú!!!
    Nossa que situação que vc passou hein?!Filhos com idade diferente deve ser um pouco complicado manter a magia para a Lia,com os meninos sendo mais velhos.
    Mas o que importa é que vc soube contornar muito bem a situação.E o pequeno com certeza deve ter curtido.Na hora de cabeça quente ele deve ter ficado com raiva e tal...mas o que importa que ele não deixou que essa verdade fosse descoberta pela mana...e até por ele mesmo.Que no fundo ainda quer e acredita nisso.
    Linda foto das crianças com váriossss ovos de chocolate.O coelho também deixou váriooooss ovos por aqui.
    Quando puder dá uma passeadinha lá no nosso cantinho.
    Faz tempo que não te vejo por lá.
    Tem posts novos!
    Um grande beijo e uma linda noite para vcs!
    Danny e Matheus
    P.S:Amiga vc que é mãe mais experiente...hehehe...não tem uma dica infálivel de tirar a chupeta do matheus até o natal sem traumatizá-lo?

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  8. É gente, espero que, um dia, a gente ria muito disso...

    E sobre a quantidade de ovos: Loucura, né!!!

    E olha que eu só dei um pra cada um, e os pequenos da brincadeira da fazenda. O resto foi a família e as minha alunas.

    Ganhei muffins, pão de mel, cupcakes, trufas e ovos mil... Ainda hoje voltei com mais um pra casa...
    É dá-lhe piruetas no ballet para queimar essas calorias todas... Arredondei ainda mais...rsrsrs

    Bjos a todas!!!

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  9. Ai, Ju... não acho que foi um erro... aqui em casa eu faço de tudo: cartas pro Papai Noel (e ele ainda responde a carta e deixa na lareira pra ela achar), pegadas o coelho com direito a ninho com ovos pintados e cenoura...
    Acho melhor a decepção por descobrir que a magia não existe do que tê-lo impedido de viver essa magia por um tempo...
    É como no amor: é melhor sofrer por amor, do que nunca ter amado, não é?
    Um dia ele vai entender seus motivos...
    Beijos!!

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  10. Ai Ju, não se culpe! Eu também não acho que vc errou. Acho muito legal essa magia, essa fantasia de acreditar em seres imaginários. Faz parte da infância! Como faz parte descobrir que não existem. O Luca ficou triste no começo, mas depois dá pra perceber o quanto curtiu a farra toda.
    beijos!

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