quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Ciclo da vida

Hoje um amigo meu perdeu o pai.
E, portanto, um amigo do meu filho perdeu o avô.
Voltando com os meus 3 da escola caímos na conversa, que não tem jeito, dói para todos. Eles questionaram o "funcionamento" de um velório, de um interro, quem chorou, um por um...tudo nos mínimos detalhes!
O meu do meio arriscou: "Mãe, assim, ...tipo, ...por exemplo,..., se você morrer amanhã, eu vou poder ir no velório, né?"
Engoli, pensei, contei...pra mim foi tão difícil responder quanto pra ele perguntar. Mas, tentei:
- Depende, filho, pra fazer o que lá?
e o mais velho:
- Ficar em pé do lado de um corpo morto, Luca?
Tentei lidar com a naturalidade de um e as dúvidas do outro, e encerrei aquele embate:
- Eu não quero velório, quando eu morrer, bem velhinha, vocês mandam me cremar e jogam as cinzas pela Fazenda.
Aí rolou vários: Credo, Eu hein, Tá maluca...
E o mais velho falou:
-Se alguém pisar onde eu jogar as cinzas, eu mato, vai ser sagrado.

Ficou um climão, mas aí eu dei uma aula sobre o que acredito sobre vida após a morte, para onde vão as almas depois da passagem, e como é bom lá, sem sofrimento, dor, violência, fome ou sede. Ficou mais fácil para eles, e ter fé é tão bom...mas não adianta só falar que tem, tem que ser pra valer... e ainda assim quando alguém muito amado se vai, não há teoria que resolva... a saudade judia mesmo!!!

Não tenho medo da morte, mas peço a Deus que demore para me levar por causa do sofrimento de quem fica, no caso, meus pequeninos.
Papo bravo para uma quarta-feira chuvosa... sorry folks, but that's life, what can I do?


"Não sei. Não sei... se a vida é curta ou longa demais prá nós,
Mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais,
Mas que seja intensa, verdadeira, pura...
Enquanto durar"
(Cora Coralina)

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